Nesta etapa, já tinha ido visitar Sebos no Centro de São Paulo e Bancas de Jornal na Praça da Sé. Busquei várias informações sobre esta literatura tão rara e com preço muito acessível!
Os cordéis basicamente são escritos para o público adulto em sua maioria, e eu precisava buscar literaturas que não comprometesse todo o projeto, que estava indo maravilhosamente bem!
Como a idade dos alunos era de 9 anos, confesso que foi uma peregrinação, mas que valeu muito à pena!
Deixarei aqui cordéis que vocês poderão utilizar com seus alunos!
Em minha sala, cada aluno ficou responsável por treinar a leitura de um cordel para apresentar aos visitantes... Foi emocionante!
Ah.... As estrofes estão separadas desta forma porque colocamos em forma de livreto para deixar exposto em varais pela sala, onde os visitantes podiam escolher um para levar! Imprimi todos em sulfites coloridos e colocamos um desenho de xilogravura na capa!
Super dica!
PALHACINHO DE CORDEL
Palhacinho de Cordel
Leva um tapa cai no chão
Nariz de bola vermelho
Um comprido sapatão
Uma cara colorida
Suspensório e calçolão.
Pulando no picadeiro
Saltando feito peteca
Quando cai sua cartola
Aparece a careca
Bate uma torta na cara
E se enche de meleca.
O palhaço é engraçado
Quando chora e quando não
Ele veio do distante
Mundo da imaginação
O palhaço é o rei do circo
Dono do eu coração.
VIVA A MÃE NATUREZA
Este pequeno cordel
Fala da mãe natureza
De toda sua importância
E também sua beleza
Um tesouro valioso
A nossa maior riqueza.
Toda criança já sabe
Mas não custa reforçar
Vivemos no planeta Terra
Esse é o nosso lugar
E o meio ambiente
Nós devemos preservar.
Devemos pois entender
Que não estamos sozinhos
Pois aqui existem rios
Onde moram os peixinhos
E também as nossas matas
Lugar de outros bichinhos.
Então vamos todos juntos
Contra a poluição
Erguer a nossa bandeira
Que é a preservação
Consciência na cabeça
E a paz no coração.
O
CORDEL CONTRA
A
DENGUE
Vamos
falar de um assunto
Que
é mesmo muito importante
Temos
que ser rapidinhos
Não
perder nenhum instante
Pois
na guerra contra a dengue
Nunca
se faz o bastante.
Os
ovinhos do mosquito
Você
pode encontrar
Bem
ali no seu quintal
Em
tudo quanto é lugar
Basta
que tenha um lixinho
Que
a água possa acumular.
Pneus
velhos e garrafas
Se
não forem bem guardadas
Servirão
de criadouros
Dos
mosquitinhos danados
Que
uma vez picando a gente
Deixa-nos
adoentados.
Seja
em casa ou na escola
Temos
que tomar cuidado
Pois
nos vasos das plantinhas
Deve
ser depositado
No
lugar da água areia
Que
dá melhor resultado.
BRINCADEIRA DE
CRIANÇA
Um barquinho de papel
Gira-gira meu pião
Carrinho de rolimã
Amarelinha no chão
Quem chegar primeiro
ao céu
Vai ganhar meu
coração.
A pipa azul do céu
Pular corda no
quintal
Bate e volta à bola
queima
Sempre venço no final
Pois bom mesmo é ser
criança
Brincar até passar
mal.
O mundo é bola de gude
É ciranda cirandinha
Pega-pega é mais
gostoso
Quando a vez não é a
minha
Se adulto tem inveja
Que volte a ser
criancinha.
CORDEL DA FAMÍLIA
Minha família é assim
Outras famílias assado
Mas família hoje é bom
Como era no passado.
Eu amo minha família
Da cabeça até o pé
Toda família é gostosa
Do jeitinho que ela é.
Tem família que é grande
E família que é pequena
Tem família só de dois
E mesmo assim vale a pena.
Vamos amar a família
E guardar bem lá no fundo
O mais belo dos tesouros
Que Deus nos deu nesse mundo.
O EMBAIXADOR DO SERTÃO
Certa feita Lampião
Passou lá no povoado
O povo da região
Ficou muito apavorado,
Seguia pra Juazeiro
O cangaceiro afamado.
As famílias se esconderam
Com medo de Lampião
Januário e sua gente
Arrumaram o matulão
E foram se esconder
Sob um pé de “sombrião”.
Passados então dois dias
O Gonzaga disse assim
Eu vou lá no povoado
Ver se a coisa está ruim
Eu vou e volto escondido
Podem confiar em mim.
Nisto o velho Januário
Que admirava a coragem
Lhe disse: – Vá com cuidado
Pela margem da rodagem
Observe o movimento
E faça breve viagem.
Luiz foi, observou,
Lampião tinha saído,
Ele que era travesso
Um molequinho enxerido
Voltou em grande carreira
Fazendo um grande alarido.
- Corre gente! Corre tudo
Que Lampião vem chegando!
Com mais de cinquenta cabras
Já vem se aproximando!
Foi enorme a correria
E a meninada chorando.
A rir dessa confusão
Gonzaga então começou
Mas o velho Januário
Daquilo desconfiou
E devido à brincadeira
Um castigo ele levou.
NO REFÚGIO DA CULTURA
No refúgio da cultura
Tem tudo pra gente ver
Começando na culinária
Pratos bom para comer
Bode, fava, galinhada
Preparamos com prazer
Uma boa maxixada
Farofada do sertão
E também feijão de corda
Uma boa opção
Tem queijo e bananada
Pra sua degustação
Uma peixada gostosa
Com arroz e macarrão
Buchada bem preparada
Pra sua recepção
Também lá vai encontrar
Um gostoso camarão
E logo após o almoço
Se tem pra sobremesa
Pudim e uma rapadura
Gostosa que uma beleza
E queijo com goiabada
Sabores da natureza.
SAUDADES DA MINHA TERRA
Saudade é
um sentimento
Que só tem quem já viveu
Um amor que acabou
E que nos entristeceu
Ou de um ente querido
Que infelizmente morreu.
Quando a saudade aperta
No fundo do coração
Relembrando o passado
Mexendo com a emoção
Nessa hora somos frágeis
Não usamos a razão.
Lembrar-se da nossa infância
Do lugar onde nascemos
Vêm na mente tantas coisas
Dos momentos que vivemos
Dos amigos e parentes
Que com o tempo perdemos.
Um canto de passarinho
Uma viola a tocar
Um cavalo e um vaqueiro
Com o gado a aboiar
A saudade nessa hora
É capaz de nos matar.
Quem vai pra cidade grande
A procura de emprego
Não esquece sua origem
Onde viveu com sossego
Vive a contar os dias
De voltar pro aconchego.
Perder o pai ou a mãe
É uma dor singular
Não há saudade maior
E nunca vai acabar
Porque amor como o deles
Jamais vamos encontrar.
Até mesmo uma plantinha
Que regamos com amor
Um animal que estimamos
Como dono e cuidador
Quando perdemos sentimos
Muita saudade e dor.
Quem nunca sentiu saudade
Não deve ter coração
Ou então ele é de pedra
Pois não sente emoção
Dos bons momentos vividos
Que nunca mais voltarão.
Para a saudade bater
Na porta do coração
Basta ficar em silêncio
Momento de solidão
Pequenas coisas nos trazem
Uma forte comoção.
LITERATURA DE CORDEL
Vejam agora meus amigos
A história que vou contar
Vocês querem ver nos livros
Mas nas estantes eles sempre
vão estar.
A informação é gratuita
Ao alcance das suas mãos
Acumule mais saber
Para sua informação.
Prestigie minha gente a
exposição popular
Para o usuário fiel
Literatura de Cordel
Rimada e ilustrada no espaço
a embelezar.
Veja quanta formosura
A biblioteca pode oferecer
Embarque nessa aventura
Que preparamos pra você!
MEU AGRESTE SAI NA FRENTE
Na cidade agrestina
Onde pulsa meu nordeste
Nossa joia do agreste
Dessa pátria nordestina
A cidade nos ensina
O forró bom põe na mão
Reina o xote com baião
Vibra toda nossa gente
Meu agreste sai na frente
Festejando a tradição.
Um São João bem verdadeiro
Com forró puxando um fole
Onde todo o povo bole
O esqueleto por inteiro
Pois não tem forró fuleiro
Temos pife na canção
Bacamarte de pé no chão
Vitalino apois oxente!
Meu agreste sai na frente
Festejando a tradição.
Festa tem Caruaru
Tradição gente guerreira
Danço eu e danças tu
Força de um mandacaru
Pois resiste com razão
Ao forró dando vazão
Num folguedo bem decente
Meu agreste sai na frente
Festejando a tradição.
BONEZINHO VERMELHO
E O PORCO MAU
Era uma
vez um menino
Que usava
um boné
Um boné
de cor vermelha
O seu
nome era José
Gostava
de caminhar
Adorava
andar a pé.
Seu pai
lhe pediu um dia
Pra ir na
casa da avó
Buscar um
pouco de açúcar
E também
café em pó
Bonezinho
vermelho foi
Pelo
bosque andando só.
Caminhando
pelo bosque
Um porco
ele encontrou
- Pra
onde vai bonezinho?
O porco
lhe perguntou.
- Vou na
casa da vovó
Pois o
meu paizinho mandou.
Porém com
má intenção
O porco
lhe ofertou
Uma bola
de futebol
Mas
bonezinho rejeitou
Disse:
Seu Porco, não quero
E o porco
não gostou.
Bonezinho
vermelho diga
Porque a
bola rejeita?
Eu te dou
este presente
Tu me faz
esta desfeita
Um
presente como este
Qualquer
menino aceita.
Compreendo
bem, Seu porco
Mas papai
sempre me disse
Que
presente de estranho
Aceitar é
uma burrice
A
conversa está boa
Mas vou
caminhando,”visse ?”.
Já
sabendo onde ele ia
O porco
se apressou
Correu
pra casa da vó
E
depressa lá chegou
Tava tão
esbaforido
Que o
esforço lhe cansou
Lá na
casa da vovó
Bateu a
porta baixinho
A vó
perguntou quem era
Porco
disse: é bonezinho
Então
entre meu querido
Me abrace
meu netinho.
O porco
ligeiro entrou
A vovó
tava deitada
Porém
quando viu o porco
Ficou
muito agoniada
Pegou no
chão um porrete
No porco
deu uma porrada.
O porco
se protegendo
Mas vovó
muito batia
Coitado
desse animal
Chamado
Seu Porcaria
Quanto
mais ele apanhava
Mas o seu
corpo doía.
Na
verdade o porco tinha
Um plano
que deu errado
Seu
desejo era jantar
A vovó e
o neto amado
Mas a
vovó muito esperta
Deixou
ele desmaiado.
Quando
bonezinho chegou
O porco estava
caído
Deitado
no chão, parado
O corpo
todo moído
Vovó
disse: meu netinho
Veja que
porco atrevido.
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